terça-feira, 27 de abril de 2010

reflexão...

Bruno Gularte



Ando preocupada com minhas escolhas: literatura, arte, cinema, música, fotografia...
Tudo anda meio escuro, pesado...Eu diria até que meio mórbido...
É inevitável, quando vejo, já estou selecionando obras ou autores no mínimo pessimistas: Baudelaire, Rimbaud... Dante... Schopenhauer...
Que se passa? Sei não... vou investigar...
Não sei se é um estado de espírito momentâneo ou traço de personalidade mesmo...
O fato é que se eu percebi e isso está me incomodando, é sinal de que precisa ser revisto.

domingo, 25 de abril de 2010

Camille Claudel

Sakountala ou L´Abandon ou Vetumne e Pomone (1886-1905)


Amor e loucura, arte e obsessão: que distância os separa?

Não faço a mínima ideia mas Camille soube. Ela viveu intensamente, ela produziu obras magníficas tendo como fundo a dor do abandono. Abandonada pela família, pelo amor de sua vida, Auguste Rodin, por uma sociedade que não soube compreendê-la à época.

E hoje é diferente? Não cometemos os mesmos erros? Não estamos todos abandonando e abandonados? Quem consegue viver plenamente o amor, a família, o trabalho, a sociedade?

Leia mais sobre a artista em
http://www.pitoresco.com.br/escultura/camille/camille.htm

Veja algumas de suas obras em
http://www.camilleclaudel.asso.fr/pageweb/sculptures.html


segunda-feira, 19 de abril de 2010

Poesia Visual

Invento - Arnaldo Antunes

Calligrames - Apollinaire

Estou trabalhando com meus alunos Poesia Visual...
Deixo aqui um site com várias possibilidades... links para sites de artistas que trabalham com arte visual e web arte.


http://www.vispo.com/misc/BrazilianDigitalPoetry.htm





terça-feira, 13 de abril de 2010

O quarto poder



O quarto poder é um quarto. Com vista sobre a cidade que já não o é; sobre as ruas que já o foram; sobre as casas que deixaram de o ser.
O quarto poder é um pai; e um filho tornado órfão por uma bala certeira; errada no alvo, errada na hora, errada no tempo que faz do lugar a morada última de um quotidiano que se extingue.
O quarto poder é um fogo; ingrato nos modos, ousado na fuga, intenso na cor, injusto nas vítimas.
O quarto poder é um mar; um oceano de raiva, um elemento à deriva, uma ausência de razão, um lamento inconsolável, um ímpeto de sobrevivência.
O quarto poder é um sopro; de espada em forma de pena, de penas em forma de espadas, de imperfeitos pretéritos, de distorcidos desejos, de ódios e iras e túmulos, e vidas e mortes e destinos, e estilhaços e condições desumanas.
O quarto poder é um berço; a inocência do dia primeiro, segundo a segundo; o choro e o riso, o siso e o norte, o sol e o sul, o leste e o oeste, os cardeais preciosos que guiam, precisos, o começo da nova vida.
O quarto poder é um voto; um desejo dobrado em quatro, a esperança feita num oito. Promessas, palavras vãs, ínvios caminhos, passos perdidos, leis e normas e regras e o melhor dos países e os oásis e os pântanos, e a pose a pensar na posse, no quero, no tudo, no mando.
O quarto poder é um piano; as teclas o prolongamento do tacto; a pauta a serenidade literária, a mão, silhueta temerária, e a mente, suavemente brilhante, tem na partitura o efeito, e na causa cheia o aplauso.
O quarto poder é um golo; um passe em profundidade; um drible, um truque, um remate, uma falta como se pecado fosse, um alento, um país, uma forma de vitória, a outra forma da derrota.
O quarto poder é uma luta; um jeito de desespero; a tábua do náufrago, os argumentos do facto, o mais dos que têm menos, o menos quando são demais. O quarto poder é um acto; as horas que dele decorrem, as vidas que nele se perdem, as incertezas do dia e a inevitabilidade da noite.
O quarto poder é um arbítrio; um acaso disfarçado, um fogo-fátuo do nada, de tudo a fatalidade, de todos a provação, de muitos a privação, de quem a responsabilidade?
O quarto poder é pergunta; e resposta e mais pergunta, e tese e antítese e síntese; e os dias que hão-de vir, a nobreza do dever, a missão de não esconder, de mostrar, de saber, de fazer saber, de saber fazer, olhar e explicar.
O quarto poder é um quarto. Um quarto revisitado, um pai que é baleado, um fogo inacabado, um mar assim tresloucado, um sopro sentenciado, um berço de novo ocupado, um voto mais uma vez escrutinado, um piano a ser tocado, um golo que é celebrado, uma luta que dá brado, um acto premeditado, um arbítrio incontrolado, uma pergunta no estrado.
O quarto poder é um nome: SIC. O orgulho de poder dizer.

Autoria do jornalista Reinaldo Serrano.
Disponível em http://my.opera.com/RichardCooper/blog/index.dml/tag/Poesia


A morte chega cedo_Fernando Pessoa




A morte chega cedo,

Pois breve é toda vida

O instante é o arremedo

De uma coisa perdida.


O amor foi começado,

O ideal não acabou,

E quem tenha alcançado

Não sabe o que alcançou.


E tudo isto a morte

Risca por não estar certo

No caderno da sorte

Que Deus deixou aberto.



Disponível em http://www.revista.agulha.nom.br/pessoa0a.html


domingo, 4 de abril de 2010

Maria Farrar

Maria Farrar - Teatro de bonecos para adultos

Espetáculo inspirado no texto de Bertolt Brecht, queconta a história real, da menina condenada á morte.Aborda temas como o aborto, a violência, a marginalização na infância e adolescência...Desde 1993, o grupo "Julietas e os Metabonecos"vem apresentando o espetáculo "Maria Farrar" emfestivais, eventos, mostras e universidades.O grupo desenvolveu uma linguagem própria de atuação e manipulação, visando adaptar para o teatro de bonecos, o texto impactante de Brecht.Público alvo - adolescentes e adultos

AGRADECIMENTOS IMAGENS/VIDEO: Flávio e Cacá Sena

Disponível em http://www.youtube.com/julietasmetabonecos?gl=BR&hl=pt

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Feliz Páscoa!


Desejo que todos tenham uma Feliz Páscoa!
Aproveitemos esse momento precioso
para pensar em tudo que
não queremos ver,
não queremos ouvir
ou, pior de tudo,
não queremos falar!
Sônia Maris
Abril de 201o