sábado, 30 de julho de 2011
102 dia 29/07 sexta-feira
101 dia 28/07 Ode ao Gato
Ode ao Gato
Pablo Neruda
Os animais nasceram imperfeitos,
compridos de rabo,
tristes de cabeça.
Pouco a pouco se foram compondo,
fazendo-se paisagem,
adquirindo pintas,
graça
voo.
O gato,
só o gato
apareceu completo e orgulhoso:
nasceu completamente terminado,
anda sozinho
e sabe o que quer.
.
O homem quer ser peixe e pássaro,
a serpente quisera ter asas,
o cachorro é um leão desorientado,
o engenheiro quer ser poeta,
a mosca estuda para andorinha,
o poeta trata de imitar a mosca,
mas o gato
quer ser só gato
e todo o gato é gato
do bigode ao rabo,
do pressentimento à ratazana viva,
da noite até aos seus olhos de ouro.
.
Não há unidade como ele,
não têm nem a lua nem a flor tal contextura:
é uma coisa só,
como o sol ou o topázio,
e a elástica linha
em seu contorno firme e subtil
é como a linha da proa de uma nave.
Os seus olhos amarelos
deixaram uma só ranhura
para jogar as moedas da noite .
.
Oh pequeno imperador sem orbe,
conquistador sem pátria,
mínimo tigre de salão,
nupcial sultão do céu
das telhas eróticas,
o vento do amor na intempérie reclamas,
quando passas e pousas
quatro pés delicados no solo,
cheirando,
desconfiando de todo o terrestre,
porque tudo é imundo
para o imaculado pé do gato.
.
Oh fera independente da casa,
arrogante vestígio da noite,
preguiçoso,
ginástico
e alheio,
profundíssimo gato,
polícia secreta dos quartos,
insígnia de um desaparecido veludo,
certamente não há enigma na tua maneira,
talvez não sejas mistério,
todo o mundo sabe de ti
e pertences ao habitante menos misterioso
talvez todos acreditem,
todos se acreditem donos,
proprietários,
tios do gato,
companheiros,
colegas,
discípulos
ou amigos do seu gato.
.
Eu não.
Eu não subscrevo.
Eu não conheço o gato.
Tudo sei,
a vida e o seu arquipélago,
o mar e a cidade incalculável,
a botânica o gineceu
com os seus extravios,
o mais e o menos da matemática,
os funis vulcânicos do mundo,
a casca irreal do crocodilo,
a bondade ignorada do bombeiro,
o atavismo azul do sacerdote,
mas não posso decifrar um gato.
Minha razão resvalou na sua indiferença,
os seus olhos têm números de ouro.
Pablo Neruda
Os animais nasceram imperfeitos,
compridos de rabo,
tristes de cabeça.
Pouco a pouco se foram compondo,
fazendo-se paisagem,
adquirindo pintas,
graça
voo.
O gato,
só o gato
apareceu completo e orgulhoso:
nasceu completamente terminado,
anda sozinho
e sabe o que quer.
.
O homem quer ser peixe e pássaro,
a serpente quisera ter asas,
o cachorro é um leão desorientado,
o engenheiro quer ser poeta,
a mosca estuda para andorinha,
o poeta trata de imitar a mosca,
mas o gato
quer ser só gato
e todo o gato é gato
do bigode ao rabo,
do pressentimento à ratazana viva,
da noite até aos seus olhos de ouro.
.
Não há unidade como ele,
não têm nem a lua nem a flor tal contextura:
é uma coisa só,
como o sol ou o topázio,
e a elástica linha
em seu contorno firme e subtil
é como a linha da proa de uma nave.
Os seus olhos amarelos
deixaram uma só ranhura
para jogar as moedas da noite .
.
Oh pequeno imperador sem orbe,
conquistador sem pátria,
mínimo tigre de salão,
nupcial sultão do céu
das telhas eróticas,
o vento do amor na intempérie reclamas,
quando passas e pousas
quatro pés delicados no solo,
cheirando,
desconfiando de todo o terrestre,
porque tudo é imundo
para o imaculado pé do gato.
.
Oh fera independente da casa,
arrogante vestígio da noite,
preguiçoso,
ginástico
e alheio,
profundíssimo gato,
polícia secreta dos quartos,
insígnia de um desaparecido veludo,
certamente não há enigma na tua maneira,
talvez não sejas mistério,
todo o mundo sabe de ti
e pertences ao habitante menos misterioso
talvez todos acreditem,
todos se acreditem donos,
proprietários,
tios do gato,
companheiros,
colegas,
discípulos
ou amigos do seu gato.
.
Eu não.
Eu não subscrevo.
Eu não conheço o gato.
Tudo sei,
a vida e o seu arquipélago,
o mar e a cidade incalculável,
a botânica o gineceu
com os seus extravios,
o mais e o menos da matemática,
os funis vulcânicos do mundo,
a casca irreal do crocodilo,
a bondade ignorada do bombeiro,
o atavismo azul do sacerdote,
mas não posso decifrar um gato.
Minha razão resvalou na sua indiferença,
os seus olhos têm números de ouro.
100 dia 27/07 Inhotim
A postagem número 100 da sequência "Uma foto por dia" não poderia ser mais emblemática: arte e meio ambiente em sintonia. A invenção da cor levada ao extremo em um jogo de luzes e cores numa simbiose perfeita. O dia não poderia ser mais bonito. O sol que apareceu na hora certa nos brindou com belos jogos de luz e sombra. Um dia perfeito.
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Preconceito Religioso
Para pensar um pouco sobre o preconceito religioso, trago uma das imagens que estarão nas ruas nos próximos dias, em outdors espalhados pelas principais cidades do país, inclusive Porto Alegre.
Para saber exatamento do que se trata, leiam a reportagem no IG
sexta-feira, 22 de julho de 2011
leitura de mundo
Sabe que ultimamente as pessoas andam muito estranhas...
O fato é que algumas pessoas deveriam voltar a estudar (não necessariamente de forma acadêmica) mas que deviam arrejar um pouco as mentes, ah, isso deviam...
Desliguem a TV, leiam um bom livro, assistam um bom filme, ouçam uma música...
Façam algo útil para o seu cérebro!
Serei eu, serás tu ou será o rabo do tatu...? Vai saber.
95 Cidadania e Democracia (22/07/2011)
Eis como estava o Ginásio de Esportes da cidade quando chegamos para assistir a palestra "Cidadania e Democracia" proferida pelo Pedrinho Guareschi...
Buenas! Depois lotou... Afinal de contas, era uma "convocação" da 28ª CRE!
O assunto era bom, o palestrante idem...
O llugar, infelizmente, tem uma péssima acústica.
Fiquei com pena do palestrante...
Quem sabe um dia os organizadores pensem em lugares alternativos, menores, mais confortáveis, com uma acústica decente, para evitar os constrangimentos de todos.
92_jornada pedagógica (19/07/2011)
domingo, 17 de julho de 2011
89_barela 16/07/2011)
sexta-feira, 15 de julho de 2011
quinta-feira, 14 de julho de 2011
terça-feira, 12 de julho de 2011
segunda-feira, 11 de julho de 2011
sábado, 9 de julho de 2011
quarta-feira, 6 de julho de 2011
terça-feira, 5 de julho de 2011
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