O
essencial é saber ver
O que nós vemos das cousas são cousas.
Por que veríamos nós uma cousa se houvesse outra?
Por que é que ver e ouvir seria iludirmo-nos
Se ver e ouvir são ver e ouvir?
O essencial é saber ver,
Saber ver sem estar a pensar,
Saber ver quando se vê,
E nem pensar quando se vê
Nem quando se pensa.
Mais isso (tristes de nós que trazemos a alma vestida!),
Isso exige um estudo profundo,
Uma aprendizagem de desaprender (...)
Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos –
Poema XXIV" Heterônimo de Fernando Pessoa
(PESSOA, 2007, p.217-218)
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