terça-feira, 10 de abril de 2012

Processo Rizomático


sônia maris rittmann

Penso que falar em rizoma na elaboração de uma aula de artes visuais deva levar em conta a questão da multiplicidade de caminhos para exploração da obra. Questões culturais, políticas, sociais, estéticas, etc. devem ser consideradas... Nós, enquanto professores de arte, fazemos essas escolhas todos os dias. O que propor ou que não, que artistas escolhemos e levamos para sala de aula, que exposições visitamos, que outras tantas não? O que nos empolga em arte, o que consideramos de pouca qualidade. Quando elaboramos nossos planos de aula, nossos projetos, o que nos move? Quais as relações que queremos estabelecer? Como apresentamos imagens e conceitos? Considerar mais o processo, o caminho percorrido pelo aluno e não apenas o ponto de chegada....Essa lógica rizomática, as multiplicações e derivas são tantas que produzem um emaranhado de ideias, saberes, possibilidades... Sempre diferente a cada dia, a cada artista, a cada nova pesquisa, a cada novo olhar... O olhar do professor, o olhar do aluno, o olhar do artista... Penso em mapas conceituais, em links que vão surgindo e que abrem novos horizontes a cada nova inserção...Fragmentos captados de diferentes lugares, que se conectam e (des)constroem... São inúmeros os caminhos que se cruzam e entrecruzam ao longo da vida. Nas sábias palavras de Antônio Machado:

«Caminante, son tus huellas
el camino, y nada más;
caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace camino,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante, no hay camino,
sino estelas en la mar.»¹


¹António Machado, poeta sevilhano

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