"É crua a vida. Alça de tripa e metal.
Nela despenco: pedra mórula ferida.
É crua e dura a vida. Como um naco de víbora.
Como-a no livor da língua
Tinta, lavo-te os antebraços, Vida, lavo-me
No estreito-pouco
Do meu corpo, lavo as vigas dos ossos, minha vida
Tua unha plúmbea, meu casaco rosso.
E perambulamos de coturno pela rua
Rubras, góticas, altas de corpo e copos.
A vida é crua. Faminta como o bico dos corvos.
E pode ser tão generosa e mítica: arroio, lágrima
Olho d’água, bebida.
Nela despenco: pedra mórula ferida.
É crua e dura a vida. Como um naco de víbora.
Como-a no livor da língua
Tinta, lavo-te os antebraços, Vida, lavo-me
No estreito-pouco
Do meu corpo, lavo as vigas dos ossos, minha vida
Tua unha plúmbea, meu casaco rosso.
E perambulamos de coturno pela rua
Rubras, góticas, altas de corpo e copos.
A vida é crua. Faminta como o bico dos corvos.
E pode ser tão generosa e mítica: arroio, lágrima
Olho d’água, bebida.
A vida é líquida."
Hilda Hilst – Alcoólicas (Trecho)
Por que Território VERMELHO?
A resposta a esse questionamento é
simples: literatura. Amo literatura. Sou professora de Literatura. Leio
histórias para meus alunos...hihihi. Essas histórias são variadas, do
conto fantástico à notícia de jornal que também é uma forma de ficção
(hihihi). Aliás, muito mais inacreditável do que os textos literários...
Então, quando li na chamada que o
mote principal seriam "fábulas", escolhi esse percurso. Conheço o vídeo
do Poteiro. Acho ele uma personagem fantástica, não tanto pelo seu
trabalho, mas pela sua personalidade única, indissociável de sua obra.
Socialista, anarquista, religioso, brasileiro, artista...Um contador de
histórias!!!
Coloquei algumas pesquisas no meu
blog sobre uma Fábula que tem tudo a ver com o Poteiro e sua verve
revolucionária e ainda um pequeno trecho que esclarece o que são Fábulas...
Coloquei também uma fábula musical que fez parte de minha adolescência e que não poderia faltar: Fábulas modernas...
E por ai vai...
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